Como surgiu o Terrário

Os terrários surgiram no final do século XIX, quando o inglês Nathanael Ward, médico e colecionador de plantas raras, aperfeiçoou em um recipiente de vidro (que ficou conhecido como Caixa de Ward) um ambiente para transportar plantas que descobriu em diversos continentes do planeta (TYLER, 1997; HERSHEY, D.,1996). Esta técnica e recurso possibilitaram o desenvolvimento de muitas pesquisas, pois se compreendeu a possibilidade em organizar os grandes sistemas dentro de um pequeno recipiente (terrário) e com isto podendo transportar os microssistemas (espécies de plantas,de microfauna, produzir a fotossíntese, o ciclo da água, a atmosfera quente e úmida das florestas, ambientais).

A caixa de Ward é uma descoberta espetacular ocorrida por volta dos séculos XVIII e XIX, em que Nathaniel Ward fez uma experiência; em 1829 ele colocou crisálidas (pupas de borboleta) e terra vegetal úmida dentro de um recipiente de vidro, tampou e ficou observando o que acontecia lá dentro, os esporos da terra germinaram e se desenvolveram, assim ele descobriu como transportar plantas nas longas viagens de navios de um país para outro sem que elas morressem, pois a sua “caixa”(na qual colocou a planta) as conservariam em perfeito estado durante o tempo que fosse preciso.

As Caixas Wardianas

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Exemplos de Caixas Wardianas

As Caixas Wardianas são o antecedente do terrário moderno, e a inspiração óbvia para o aquário de vidro para todos os tipos de peixes – na realidade, mais ainda, para os peixes lindíssimos dos recifes de coral das praias tropicais, membros de um ecossistema impossível de reproduzir na Europa. O objeto foi inventado pelo dr. Nathaniel Bagshow Ward, em Londres, por volta de 1829 – depois de ter sido inspirado por um acidente absolutamente fortuito.

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Dr. Nathaniel Bagshow Ward

O dr. Ward era um médico com uma grande paixão por botânica. O seu próprio herbário, totalmente recolhido, alisado, seco e prensado por ele, chegava a cerca de 25.000 espécies. Os fetos do seu jardim, no entanto, estavam a ser sufocados pelo smog de Londres da revolução industrial, que consistia sobretudo em fumo de carvão e em ácido sulfúrico. Notou logo que, em contraste com os seus fetos grandes que pereciam no jardim, nas caixas plantas estavam a germinar esporos de novos fetos numa resposta de crescimento visível e relevante, numa porção mínima se solo. Deu instruções a um carpinteiro para lhe construir uma caixa de madeira para fetos, bem apertada e bem selada – e descobriu que aqui os fetos cresciam e davam esplêndidos sinais de saúde.

Não tardou até que as caixas Wardianas se tornassem decorações obrigatórias nos escritórios da classe alta, tanto na Europa com nos Estados Unidos. Foi graças a elas que se popularizou a moda generalizada do cultivo de fetos exóticos – e, logo a seguir, o cultivo ainda mais complexo de orquídeas tropicais.

Mais importante ainda, as caixas Wardianas deram um impulso sem precedentes, uma verdadeira revolução, na mobilidade das plantas de importância comercial. Foi, por exemplo, em caixas Wardianas que Robert Fortune sonegou para a Índia Inglesa vinte mil pés de chá vindos de Shangai, para iniciar as plantações de chá de Assam. Depois da sua germinação em estufa, brotos de árvore de borracha do Brasil foram exportados com sucesso em caixas Wardianas para o Sri Lanka e para os novos territórios ingleses na Malásia para iniciar plantações colossais de árvores de borracha. Há, pois, que dar-lhes o crédito de terem contribuído para o fim dos monopólios geográficos na produção de bens de importância agrícola.

O interesse de Ward pelas áreas que o fizeram deixar o seu nome na história é visível no número de sociedades que frequentou. Era um membro activo da Sociedade de Boticários de Londres, da qual se tornou bastonário em 1854. Até ao início do século 2000, era esta Sociedade que administrava o Chelsea Physic Garden, em Londres, o jardim botânico mais antigo do Reino Unido. Além disso, Ward foi um dos membros fundadores tanto da Sociedade Botânica de Edinburgo como da Royal Microscopic Society, bem como membro da Linnean Society e da da Royal Society.

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